O sangue percorria acelerado por suas pernas, fazendo-a fraquejar, já fazia uma hora que corria sem descanso, tentar encher os pulmões de ar parecia inútil, a respiração estava falha e o suor frio deslizava por suas costas, seu corpo de musculatura frágil estava definhando, precisava encontrar alguém, um sonho qualquer, passou por bares e lojinhas fechadas, nada de residências, avistou uma luz fraca ao longe, e ela sentiu, sentiu a força inconsciente que a tomava, sugando-a.
“O capuz sobre sua face me impedia de ver seus olhos, a figura estranha ergueu as mãos como que para me alcançar, reagi, e a bravura de minha rejeição o fez gemer, esmurrando o próprio punho. Foi ai que vi, mesmo que por poucos segundos, seus olhos eram como orbitas de fogo, queimando voraz ao redor da Iris, o medo penetrou, frio, morto, parecia se enterrar dentro de mim, meus instintos gritavam para que eu corresse, porém meu corpo parecia inerte aos meus apelos, ele sorriu diante do meu medo e deu um passo calculado a minha frente, então corri, corri porque sentia que minha vida dependia disso” .
Ana acordou de um sobressalto, o grito preso em sua garganta, as roupas empapadas de suor, as pernas doíam e tremiam, não conseguia falar, pensar, precisava de água, precisava de seus remédios, precisava de AR. Levantou-se por instinto a caminho do armário, caiu ao primeiro passo, suas pernas mal agüentavam o peso de próprio corpo. Tentou novamente, dessa vez com cautela, sentia cada músculo de seu corpo trepidar, a dor era absurda. Alcançou a prateleira do armário onde estava sua bombinha, colocou-a na boca e três vezes respirou longamente, sua mente voltava aos poucos a funcionar corretamente, e as lembranças iam alcançando seu tom, a verdade a atingiu, estava acontecendo de novo, não era apenas um sonho.
Muito bom... gostaria de ler o resto!!!
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