Ana Ninfeta...

         

         Olho-me no espelho, tudo certo, short jeans, camiseta podrinho, Rasteira,cabelo solto na cintura, perfume de jasmins, um leve toque de blush na bochecha, e um sorriso estonteante na boca lambuzada de gloss malva. Desci as escadas que davam para a rua, Hiana já me esperava com um sorriso zombeteiro no olhar, corei... Ninguém sabia, não tinham como saber. Entro no carro e saímos, Hiana é minha melhor amiga, mas como os outros eu não podia contar a ela, todos tem segredos não é? 

          Chegamos no Alto´s, é uma bar de esquina moderninho, jazz, sorvete, bebida e petiscos. O legal do alto´s é que você paga uma taxa para entrar e depois não precisa se preocupar com mais nada, pode-se comer e beber a vontade. Hoje vou pagar a taxa, mas não vou aproveitá-la. Desço do carro, ainda tem uma galera do lado de fora, esperando alguém talvez. Vamos para a entrada, ando totalmente consciente dos olhares que me lançam, escuto algo como “Bumda delicia”. Entramos meio com dificuldade, há muita gente, uma mão agarra o meu braço, todo o meu corpo fica tenso, encontro seu olhar que me mostra uma direção, espero ele desaparecer pela porta dos fundos e sigo-o. Lá fora ta escuro, úmido. Sou puxada, ele passa as mãos pela minha cintura e me aperta junto de si, sinto sua excitação se avolumar entre minhas pernas o que me faz seguir adiante. Começo a beijar seu pescoço, orelha, queixo, boca, língua e desejo. Ele ezita, fico triste, apreensiva. Puxa-me pelo braço e me leva para o carro estacionado no vão da calçada. Eu puxo sua blusa, tento tirá-la, ele me para.

“ Ana escute, precisamos parar, não é certo, você só tem 15 anos, meu deus! 15 Ana” porque ele tinha que estragar tudo? Tenho vontade de chorar.

“Você devia ter pensado nisso antes, agora já é tarde” Passo minha perna por cima dele e sento, da pra sentir que fui certeira, ele geme, me olha, balança a cabeça e me beija, meio desesperado, inconseqüente, coloca a cabeça entre meus seios, sob para meu pescoço, suas mãos passeiam por meu corpo, ágeis e fortes. Tremo de desejo. Ele para, me olha e não sei distinguir o que esta sentindo, desejo, tristeza, raiva, carinho. Gentilmente me senta no banco do carona, sai do carro coloca as mãos na cabeça e xinga. Morde os dedos. Entra novamente no carro, coloca as chaves e da à partida, canta pneu e estamos na estrada. Não sei o que se passa dentro de mim, não consigo falar, chorar... Não consigo reagir. Olho para ele, sua expressão é ilegível, tão lindo, olhos verdes, cabelos claros, alto, esguio, músculos... Um homem de verdade... Mãos fortes; adoro mãos, e aquelas sem dúvida sabiam o que fazer. Ele percebe meu olhar e afaga meu cabelo, eu me retraio.

“ Ana, não faça sentir-me culpado ok? Não posso, não consigo, Vinte anos de diferença.” Beijo-o na face, sinto seu corpo todo relaxar. Quanto mais ele me evita, mais eu o quero, mais eu crio fascínio. Ele me afasta com olhar de advertência.

“Você é um inferno!! Linda, quente, gostosa, te desejo tanto que poderia morrer” e Eu riu , ele ri... E de repente sei, que vou tê-lo... Em breve...

[Poliana Fonteles]