O primeiro momento: estranheza. O segundo: estranheza... E assim por diante, me indagando quem sou eu por detrás do espelho, como se meu reflexo tivesse vontade própria, desabotoando, vestindo, trocando... Acordando como quem passasse a vida num caixão de vidro. Amassada, sem brilho, peneirando o sol, contando estrelas.
Aspiraram minha luz transformando em fogo que arde em um só lugar.
O eu do espelho me assombra, seu olhos opacos me assustam, me faz pensar em cadáveres congelados. O branco pálido de seus dedos contorna o vidro que nos separa deixando marcas de pele transpirando, esta viva. Com a outra mão ela abre os botões da camisola de flanela, crava-a no peito e arranca o coração... Medo, sons, consciência, me forço a abrir os olhos, grito... Acordo ofegante. Ligo a luz do abajur do lado da cama, olho a toda volta. Abraço-me, me sinto, vou até o banheiro, lavo o rosto. Por cima de meus livros pego meu celular, uma mensagem de texto “Podia ter sido diferente. Onde está seu coração?”.
Aspiraram minha luz transformando em fogo que arde em um só lugar.
O eu do espelho me assombra, seu olhos opacos me assustam, me faz pensar em cadáveres congelados. O branco pálido de seus dedos contorna o vidro que nos separa deixando marcas de pele transpirando, esta viva. Com a outra mão ela abre os botões da camisola de flanela, crava-a no peito e arranca o coração... Medo, sons, consciência, me forço a abrir os olhos, grito... Acordo ofegante. Ligo a luz do abajur do lado da cama, olho a toda volta. Abraço-me, me sinto, vou até o banheiro, lavo o rosto. Por cima de meus livros pego meu celular, uma mensagem de texto “Podia ter sido diferente. Onde está seu coração?”.
[Poliana Fonteles]
"A noite - enorme
ResponderExcluirtudo dorme menos teu nome" ..
beijooos..
Estranheza - lucidez.
ResponderExcluirAdoro tua intensidade!
ResponderExcluirBjs e boa semana!
Ain... Belo texto Poly! Cheiro...
ResponderExcluirnossa santa insanidade
ResponderExcluirbeeeeeeijo Poly