Ana Bela
Ana gostava de caminhadas longas pela praia, de comer chocolate com pipoca, de andar descalça pela estrada, de gritar o silêncio pela madrugada; gostava de sonhar que estava acordada, de acordar os sonhos no nada, de fazer bolhas de sabão no temporal; gostava de andar, de vigiar, de estudar, de se perder nos livros e neles se achar, gostava de acreditar no amor e na amizade, de se embalar no pacote mais bonito e se entregar.
Agora andando pela beira da piscina encontrou no bordo o seu reflexo, admirando sua face vermelha e inchada do pranto, mergulhou a fim de encontrar nas profundezas a sua alma, perdida em uma vala qualquer de um coração orgulhoso e imaturo... Já na parte mais funda, sentada no piso azulado e nodoso, conseguia pensar ao mesmo tempo em que prendia sua vida nos pulmões dilatados de ar. Que ironia, porque mesmo doída, roubada e traída, sabia que no fim, lutaria e salvaria de si mesma a vida aguada que queria esquecer... Que emergiria libertando pelas narinas a prisioneira falida. Ana linda, Ana esperta, Ana Bela... Seus próprios conselhos são vagos agora, tão bobos, tão ridículos.
[Poliana Fonteles]
[Poliana Fonteles]
Vá entender o coração, os motivos e os pensamentos de uma mulher!!! Impossívelll
ResponderExcluirE o coração tem sempre as suas razões...
ResponderExcluirLindo, Lindo!!
boa semana, beijo
Amei o texto.
ResponderExcluirOlá querida.
ResponderExcluirObrigada pela visita.
Sim os textos são meus, por exceção dos que credito.
"lutaria e salvaria de si mesma a vida aguada que queria esquecer"
As maiores lutas acontecem dentro de nós mesmos.
Espero que tenha força para correr atrás de seus sonhos. Principalmente os perdidos.
Te abraço com carinho.
Lindo. Um estado de espírito que eu julguei complexo e bastante reflexivo.
ResponderExcluirBeijos, flor!